AO CONTRÁRIO DOS ÓLEOS ESSENCIAIS, que são substâncias complexas e extraídas diretamente das plantas, as essências não possuem uma origem vegetal. Elas são sintetizações de derivados do petróleo e, portanto, não possuem o mesmo processo de formação do óleo essencial, que ocorre dentro de um organismo vivo no caso, a planta aromática, nem a complexidade derivada desse organismo vivo.
As essências surgiram com a demanda sempre crescente da indústria de perfumes e cosméticos, que por sua vez, decorre da necessidade humana de perfumar a vida.
Essências sintéticas são muito mais baratas e possuem escala de produção, ocupando um lugar sólido na indústria de perfumes, cosméticos e saneantes, o que torna seu preço mais acessível que o dos óleos essenciais.
O objetivo da utilização de uma essência é apenas perfumar, sem a pretensão de qual- quer atividade farmacológica, e elas estão presentes em praticamente todos os produtos de consumo que perfumam a nossa vida.
As essências sintéticas devem ser excluídas de práticas terapêuticas, ficando sua utilização restrita à aromatização de ambientes ou outras perfumações. Em hipótese alguma essências devem ser utilizadas com intuito terapêutico em qualquer nível, pois não possuem um estudo de eficácia direcionado às práticas terapêuticas e, até onde se sabe, não têm efeito sobre a pele, como os óleos essenciais.
Cópias dos óleos essenciais, as essências são uma sintetização dos componentes encontrados nos óleos originais, os quais fornecem os ingredientes para que elas sejam fabricadas. Graças a uma engenharia química adequada, o aroma das essências costuma simular com bastante perfeição o do óleo essencial, motivo pelo qual se deve ter plena consciência de que são produtos distintos e não se iludir, achando que, por ser o aroma de uma essência tão parecido com o do óleo essencial, o efeito terapêutico deve ser o mesmo.
Quando comparados quimicamente, os óleos essenciais possuem mais componentes que a essência, e a diferença não está só na estrutura química, mas também na orgânica, sendo os óleos essenciais imbatíveis em sua capacidade de comunicação com organismos vivos. Aliás, os óleos essenciais são vivos e complexos, e mesmo com todo um aprofunda- mento químico e farmacêutico ainda há muito o que entender sobre as suas funções e atividades. Já as essências, por mais elaboradas que sejam, não alcançam um resultado físico sobre o tecido e os sistemas do corpo humano, o que pode ser cientificamente comprovado comparando-se as atividades de um e de outro.
A Tabela 1.8, a seguir, mostra a diferença na estrutura química entre o óleo essencial de lavanda e a essência do mesmo nome.
TABELA 1.8·DIFERENCA NA ESTRUTURA QUIMICA ENTRE ÓLEOS ESSENCIAIS E ESSÊNCIAS
Fonte:Elaborada pelo autor. Como cópias de óleos essenciais, as essências são elaboradas com os componentes que representam os maiores percentuais do óleo, como se vê na comparação da Tabela 1.9. O óleo essencial não é apenas uma estrutura química, ele se forma nas plantas, que são organismos vivos. Considerando que o nosso corpo é familiarizado com a natureza e depende de substâncias naturais para se alimentar e preservar a saúde, podemos dizer que ele processa melhor as substâncias naturais (veja a estrutura celular da folha de uma planta e da pele humana na Figura 1.8), nisso residindo a diferença entre os benefícios que obtemos com óleos essenciais e com essências. Quando utilizamos essências, nossas células não reconhecem prontamente as substâncias sintéticas que as constituem, pois elas foram construídas para atender ao olfato e não aos mecanismos do metabolismo celular, como os óleos essenciais. O perigo é que substâncias sintéticas podem gerar resultados distorcidos. Resumindo, a verdade é que os óleos essenciais têm afinidades com as nossas células, enquanto as essências não têm. enquanto as essências não têm. |
Estruturas Celulares
FIGURA 18 – COMPARAÇÃO ENTRE A ESTRUTURA CELULAR DE UMA PLANTA E DA PELE